Confesso que nunca fui muito com a cara do escritor Guilherme Fiúza. Quando do lançamento do filme Meu Nome Não é Johnny (o livro é dele) o cara apareceu aqui e ali, incluindo a invasão bem sem sal em alguns dos meus sagrados programas filosóficos preferidos - conhecidos pelos demais mortais como mesas redondas de futebol. Sempre aquele arzinho blasé de quem faz muita força pra falar com os outros, os não abençoados com seu brilho intelectual. Nem sabia que era desses ultracons, mas dava toda pinta e mantive distância segura desde então. Agora soube que escreve as tolices usuais do nosso tosco conservadorismo na revista Época (esses ultracons sempre encontram abrigo nas Organizações Globo, coitado do Paulo Moreira Leite), daquelas que os donos de tudo sempre falam quando os eleitores votam em quem melhora suas vidas e não em quem eles mandam votar. Como não acompanho as colunas do moço, não dá pra cravar muita coisa, mas li a coluna recente onde ele agride os eleitores de São Paulo por votar no Haddad, chama de palhaçada, termo dele, comparando ao voto no Tiririca. No mais a coluna é um desfile de argumentos daqueles de cientista político de facebook - a privatização da telefonia foi boa pra todas as classes e com o PT nunca teria acontecido, Dilma não fez nada até aqui...e o mensalão (o do PT, claro, e só o do PT) é a maior tragédia do universo, nada no mundo pode continuar igual depois do STF julgar o mensalão...Ufa. Esses caras, como o Madureira, a Soninha tão com muita raiva, muita mesmo. Uma coisa digo, deve ser muito mais fácil ganhar a vida nesse ramo "colunista antipetralha coolzinho", é só dar control c em uma coluna dum desses notórios filósofos e colar nas colunas todas nos meses seguintes, variando um ou outro bordão. O bordão que Fiúza acrescentou ao léxico ultracon - acho, não fico lendo esse pessoal - é comparar Haddad ao palhaço Tiririca. Confesso que não tenho nenhuma raiva do Tiririca, disputou uma eleição e foi eleito. Tá cheio de gente que não disputa eleição, nunca dá cara a tapa, mas quer mandar no povo. Também não sou chegado em carteiradas acadêmicas, tipo o cara é professor doutor, pesquisador A do CNPQ com o Lattes.....Não é esse o caso, comparar o semialfabetizado palhaço com o professor doutor e ex ministro da educação. O caso é justamente que essa comparação seja feita e que pra alguém isso signifique algo. Fiúza pega alguns signos óbvios e reconhecidos - mensalão do PT, todo mundo com celular na mão, Tiririca - e conduz suas comparações pelo rumo que crianças de 12 anos comparando seus times de futebol preferidos tomariam. Se - pro Fiúza e seus brothers - quem votou no Tiririca é um tonto, que tal tentar mostrar que quem vota em Haddad é tonto igual? Vai que cola. Sei que depois dessa vou reler algumas colunas do Elio Gaspari, passar um paninho na coleção de livros dele sobre a ditadura aqui na estante. Não concordo em quase nada com o Gaspari, que é conservador e antipetista ferrenho, mas não é o Fiúza. E isso é um mérito muito grande nesse mundo lotado de intelectuais sofisticadíssimos como o Fiúza. Acho que sou mesmo um vira-lata que não entende nada de intelectual ou de sofisticação. Prefiro o Tiririca ao Fiúza.
PS - Sobre Dilma não ter feito nada nesses dois anos, imagino que pra pessoas de elevado nascimento (como diria um autor de fantasia) não seja muita coisa, ou nada mesmo, peitar os Armínios do sistema financeiro e seu Banco Central pra começar a mudar o histórico de duas décadas de juros altos que manteve reféns FHC e Lula, tirando dinheiro dos trabalhadores pra aumentar a fortuna de banqueiros e outras pessoas bem nascidas. Não, pra intelectuais refinadíssimos mudar isso é nada. Ou é bem pior do que nada, daí a raiva toda.
PS 2 - Dei um google no Fiúza pra saber um pouco mais da figura e o resultado não foi muito animador, acho que vou ter que retirar o intelecutal refinadíssimo, mesmo na ironia. Mais do que o próprio googlado apareceu uma socialite dum reallity desses, Narcisa sobrenome (preguiça de escrever). Não sei se é namorada ou o que, sei que não é bom sinal prum intelectual, mas acontece, tem coisas que não dá pra controlar. Vamos em frente. Além do Johnny, publicou também uma biografia do Bussunda e parece que está fazendo ou fez uma do Gianecchine. Esse pessoal deve ficar duplamente puto com o Bial. Primeiro por apresentar o BBB, deve dar uma baita inveja. Depois por ter feito a biografia chapa branca do Marinho. Isso deve ter doído nesse povo louco pra achar um biografável famoso e poderoso pra chamar de seu (e vender um monte, e aparecer um monte no Jô, no Gentili, no programa de variedades das tardes da Globonews, no Redação Sportv...). Não tá fácil salvar não, reconheço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário