Não sei quase nada sobre o Dahmer, não pesquisei no google, não sei a idade ou preferências políticas e só recentemente vi que suas tiras saem na Folha, mas quando finalizava minha tese sobre o pensamento elitista brasileiro (ou algo assim) vi várias tirinhas da série Os Malvados sem saber do que se tratava e notei que, como quase sempre acontece com o humor talentoso, resumiam páginas e páginas da minha tentativa de escrita.
Sempre que vejo o programa do Jon Stewart, do Colbert ou do Maher, os chamados humoristas "liberais" dos EUA, e olho em volta no Brasil pra onipresença do discurso conservador mais tosco nos meios de comunicação de massa, imagino o bem que faria esse humor esquerdista para desconstruir o já monótono caminho da "verdade" - esse de quase toda semana, principalmente perto de eleições: primeiro a denúncia (sempre conveniente) é estampada na capa da revista, então repercutida sem crítica ou mesmo com aprovação nos jornais, pra então ser mostrada ao Brasil ampliado com toda a pompa e ar de gravidade (mesmo com aquela cara de pastel) pelo apresentador do telejornal mais visto.
Aliás, é bastante significativo que o humor ácido de quando eu era moleque, principalmente com as publicação da Casseta Popular e o Planeta Diário, desaguassem nesse conservadorismo sem graça do programa da Globo. A fala do Marcelo Madureira num dos eventos promovidos pelos donos de tudo, o Instituto Millenium, repleta de ódio da esquerda que supostamente defendia quando mais jovem, é deprimente e sintomática da sede de aprovação pelo mainstream dos outrora rebeldes. Rebeldes que, como mostra 1 minuto de CQC, são sempre a favor, na imortal definição do Jaguar (acho).
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