Faltou um detalhe no post sobre a tentativa da Microsoft de vender um console (+jogos) que só funcionam online - o que qualquer usuário de internet no Brasil ou mesmo fora daqui tá careca de saber: MUITA COISA NÃO FUNCIONA NESTA PORRA DE MUNDO ONLINE. Vende-se, ou tenta-se vender, um mundo sempre conectado, na nuvem, perfeitinho e cheio de recursos, mas pra quem tá aqui na terra a coisa não funciona bem assim, seja pela qualidade da internet, seja pelas condições ou falta delas que as empresas disponibilizam. É um mundo virtual literalmente virtual, já que na prática funciona só na base da manivela e motor a vapor (mesmo com internet rápida). O que temos é serviços LIVE que não conseguem ficar LIVE e senhas roubadas da SONY com dados de créditos de milhões de usuários. E todo mundo dessas empresas - e parte dos que cobrem esse mundo - finge que são só acidentes, mesmo que aconteçam o tempo todo.
Um exemplo simples, ainda dessa geração de consoles. Aproveitando um preço não tão extorsivo e a possibilidade de trocar jogos usados pra abater no preço, fiz o que nunca tinha feito, comprei um jogo no lançamento. Como só gosto de jogos de horror, The Last of Us parece ser, pelo que tão dizendo, dos melhores de todas as gerações de consoles. Digo parece pois comprei na hora do almoço e até agora, 18h, não pude testar. Assim que coloco no PS3 pede pra atualizar pra versão 1.01, mesmo sendo o cacete dum LANÇAMENTO, já tem que corrigir as merdas da produtora do jogo atualizar, Ok. Porém, não dá, não atualiza e cai. Sempre. E é um arquivo de 44 megas, o que na minha internet deveria baixar em poucos segundos, contudo, neca. Mais de dez tentativas depois resolvi ligar pro 4003 (pagando, portanto) que tá no folheto (bem vagabundinho, diga-se) que vem com a caixa do jogo. A gravação diz que tá todo mundo ocupado, ligue depois, ou, no popular, foda-se você.
Sim, sei que é uma reclamação bem no estilo classe média sofre. Não tô desesperado, não penso em suicídio e sei que o mundo não vai acabar por isso, que tem muita gente sem onde morar e passando fome, a Dilma tem mais o que fazer, mas me incomoda esse mundinho que cobre tecnologia e que pouco questiona a propaganda das grandes empresas, que aceita tudo de boa, como se fosse como dizem, e, na real, tá muito longe de ser. As conferências das empresas de tecnologia, desde o finado Steve Jobs, são uma mistura do que tem de pior em eventos bregas com autoajuda empresarial vagabunda, tem um monte de executivos no palco fazendo pose e falando clichés de propaganda enquanto na plateia o fã-clube jornalistas aplaudem alucinadamente ao invés de questionar a coisa toda (o famoso e quase onipresente "viajou a convite da empresa tal" que aparece no fim da press release reportagem). E na hora de jogar, videogame original, jogo original, tudo caro, internet rápida conectada - e a porra não funciona. Puta saudade da pirataria.
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