segunda-feira, 17 de junho de 2013

Capitalismo 4.0: Xbox One


A Microsoft vem inovando na única área que consegue inovar: formas de assaltar o idiota masoquista que compra seus produtos. O imbecil que pagar U$ 500 no seu novo videogame (lá fora, aqui vai ser o dobro disso, cerca de U$ 1000), o Xbox One, vai levar pra casa, mas só pode usar quando e como a empresa deixar, se não deixar não usa e pronto. Se não ligar na internet não funciona, mesmo podendo funcionar perfeitamente, não vai, então você não pode escolher onde vai jogar o SEU (da Microsoft) videogame, tem que ser onde tem internet (e boa), logado no Live do Bill Gates. Matar o tempo jogando naqueles dias que a NET não tiver sinal, já era, a Tia Microsoft não deixa.

Pagando U$ 50-70 num jogo, ele também não vai ser seu, a produtora do jogo e a Microsoft vão decidir como e se você vai poder jogar. Além do que agora (nesta geração já é assim, na próxima vai ser pior) você paga o preço integral do jogo e a empresa lança só metade dele, depois tem que comprar conteúdos extras, pagando mais, e mais, e mais.... Acabou o jogo e quer vender ou trocar? Nopes, não pode, tem que pagar propina (legalizada, acredite) pra quebrar o registro de usuário (que é único pra cada jogo) nos serviços de rede da Microsoft e aumentar a fortuna do Bill Gates. Não faz sentido alguém optar por isso a menos que o cidadão seja muito rico e muito estúpido, numa combinação dos dois, pois só rico ou só estúpido não resolve e o cara não compra. Não foi por nada que, no lançamento da caixa, ficaram falando do designe da coisa, que combina com tudo na sala, que dá pra ver filmes e séries, o facebook e blablabla, então é uma espécie de objeto decorativo caro e sofisticado pra botar perto da TV -  pra VER TV E NAVEGAR NA INTERNET, o que convenhamos muitas TVs já fazem sem a bendita caixa. Jogar mesmo, aí tem que pedir pra Microsoft se pode ou não, se o Live tá ok e tal, aí sim, ops caiu a net, pode desligar esse troço inútil.

Eu que gosto somente de jogo de terror, quietinho na madrugada e sozinho (offline), obviamente tô fora, é um videogame (e uma geração, ao menos pra Microsoft) pra quem não quer jogar, mas ficar resolvendo as carências online com um bando de malucos, plugado o tempo todo, botando tudo nos faces da vida. Imersão zero. Depois do PS1, 2 e 3 (e Atari, mas aí é outra conversa), tava até disposto a ver como funciona o tal Xbox, mas com esse capitalismo estranho da Microsoft onde você paga caro e não leva nada, eu passo. Vou fazer o de sempre, esperar o videogame da Sony custar metade do preço do lançamento numa dessas versões slim e ficar na mesma. Ao menos nas promessas, quem comprar o videogame da Sony pode escolher quando e como jogar, e o que fazer com seu jogos usados depois - se vier algo diferente disso, tchau Sony também. Mas nessa moda de ter que ficar tudo online, com multiplayer, já tão liquidando mesmo o survival horror. Tudo bem, vou ali numa loja perto de casa pra trocar alguns jogos que já terminei pelo The Last of Us, se é que chegou. Tão dizendo que vale a pena - e pode ser minha última chance de jogar um jogo de terror sem ninguém pentelhando, imagina você ali tentando ouvir de onde vem o zumbi, tudo escuro, aquela tensão... e aqueles barulhinhos chatos de alguém te chamando nos skypes da vida. Não vai rolar. Ficar velho e jogar videogame é foda.

PS - A (ex)big M arregô. Depois dum executivão da Microsoft fazer pouco dos que reclamavam das restrições ao uso do Xbox One, dizendo "aqueles que querem um videogame offline que comprem o Xbox anterior (o 360)", parece que ele mudou de ideia, talvez pelos números da pré-venda dos novos consoles, onde o gênio descobriu que não tavam comprando o Xbox 360 e sim o Playstation 4, da rival  Sony. E pagam fortunas pra esses executivos fazerem merda deste tamanho. Parece que voltaram atrás nas medidas de restrição ao uso do console e dos jogos usados.

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